Como a moda pode trocar o couro pelos cogumelos

 

A nova cripto moeda MyCelium foi anunciada como uma das melhores carteiras do mercado nascida na startup californiana MycoWorks com US$ 45 milhões e investimentos e cujo parceiro, a grife francesa, Hermès vem junto, com entusiasmo.

 

MycoWorks tendo patenteado o Fine Mycelium, a partir de células da raiz dos cogumelos que reproduz material semelhante ao couro, embora não seja tão original quanto possa parecer porque a Bolt Threads, fundada em 2009 por Dan Widmaier em Emeryville, também na Califórnia, é outra empresa que vem criando tecidos veganos partindo da biotecnologia. Arrematando US$ 213 milhões ao fechar parceria com a estilista inglesa Stella McCartney para fabricar a Microsilk, seda feita de teias de aranha, sem o uso de animais no desenvolvimento, apenas de seu DNA.

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O primeiro passo é fazer a fina teia de micélio crescer e se entrelaçar. Em menos de duas semanas, em uma cama de serragem e material orgânico, e com temperatura e níveis de umidade controlados, as folhas resultantes são então processadas, curtidas, tingidas e gravadas com textura que imita o couro. “O Mylo pode competir com materiais sintéticos tanto em preço como em demanda da indústria, e é um substituto viável para o couro tradicional em forma e em funcionalidade”.

Apesar de ter sido apresentado ao mundo em 2018, o Mylo pretende chegar ao mercado de moda com força neste ano. Em 2020, nasceu o Mylo Consortium, composto de marcas como Adidas, Lululemon, Stella McCartney e o conglomerado Kering (dono de grifes como Gucci, Saint Laurent e Balenciaga). Juntos, eles investiram mais de sete dígitos na Bolt Threads. Stella foi a primeira do grupo a lançar peças usando o couro vegano da empresa, no final de março, dias após o anúncio da Hermès.

 

O que é ?

Micélio é a parte vegetativa de um fungo ou colônia bacteriana, que consiste de uma massa de ramificação formada por um conjunto de hifas emaranhadas. É também responsável por carregar nutrientes até onde o fungo necessita e faz processos de simbiose com algumas espécies. O micélio é extremamente exigente em relação a temperatura e a umidade para dar processo ao restante do ciclo biológico dos fungos.

 

O micélio vegetativo, é a parte correspondente a sustentação e absorção de nutrientes, se desenvolvendo no interior do substrato. Em ambiente úmido e rico em matéria orgânica, as hifas desse micélio podem crescer rapidamente. Esse crescimento ocorre nas extremidades das hifas, que vão penetrando cada vez mais no substrato, explorando-o na obtenção de alimento.

 

O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo. É o famoso mofo-do-armário.

 

Estrutura do micélio

Os micélios fúngicos parecem uma bola de algodão a olho nu. Uma rede de hifas se agrupa para formar micélios, que podem ser encontrados em substratos, no solo ou no subsolo.

 

O micelium ou micélio, pode ser usado para confecção de calçados, bolsas, entre outros objetos. Ele é obtido a partir do aproveitamento de resíduos agroindustriais oriundos de frigoríficos e aproveitando o trabalho de transformação realizado pela bactéria em resíduos  vegetais. O resultado é algo bastante semelhante ao couro.

 

Para obtenção artificial é necessário um processo demorado pela explicação cofundador da empresa e Instituto Tecnológico de Estudos Superiores de Monterrey , Alex Gómez- Ortigoza. “Depois de coletados, eles se transformam em alimento para bactérias por meio de um processo biotecnológico patenteado pela empresa e, em 15 dias, eles geram uma espécie de membrana , que é uma matriz de celulose bacteriana. Posteriormente, eles coletam e processam para obter um tecido que se pareça com couro ”.

 

Porém, nem tudo é maravilha neste futuro de descobertas e o que se imagina um grande avanço para proteger o planeta poderá se transformar no pior dos pesadelos. Paul Stamets encontrou um micelium, que mede 2 400 acre  (971 ha), localizado no leste de Oregon, teve um crescimento contíguo de micélio com tamanho estimado em 1 665 campos de futebol e 2200 anos de idade. Este fungo matou a floresta acima dele várias vezes, e com isso construiu camadas mais profundas que permitem o crescimento de cada vez maiores estandes de árvores. Fungos florestais formadoras de cogumelos são os únicos cujas esteiras de micélio podem atingir tais proporções gigantescas.

 

O grande risco para o meio ambiente

A descoberta de Paul Stamets  pode ser um grande alerta para dizer que  tanta produção de micelium,  a partir das de fungos,  também poderá destruir impensáveis áreas de mata e esterilizar o solo caso a proliferação desordenada saia do controle.

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Tags: alternativacouro bolsas Calçados celium couro couroorgânico moda

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